Que universidade é esta que abriga uma turba de 700 jovens violentos, preconceituosos, hipócritas e sem a mínima noção de respeito pela dignidade do outro? Que tipo de profissionais eles serão? Que respeito merecerão? A mim, inspiram apenas desprezo pelas atitudes canalhas que assumiram.
Os mesmos que agrediram covardemente Geyse, por usar um micro vestido rosa-choque que, na subida da rampa de acesso ao terceiro andar, deixou entrever a calcinha, fazem coisas bem mais chocantes e nas baladas e festinhas privadas que freqüentam. Hipócritas!
Não achei adequado o vestuário da moça, concordo que estava muito curto e provocante para quem vai assistir aulas numa universidade, mas não era um traje indecente, inclusive tinha mangas longas e decote discreto. E que fosse mais ousado, mesmo assim não justificaria o tumulto promovido pela ensandecida histeria e pelos atos de selvageria, de moças e rapazes, contra a jovem.
Não fosse a intervenção do coordenador do curso, pedindo à Geyse que fosse embora, oferecendo-lhe um jaleco para que pusesse sobre o vestido e colocando a PM para proteger a sua saída do prédio, usando spray de pimenta para afastar a multidão furiosa que a apupava e gritava palavreado de baixíssimo calão, talvez o final da história tivesse sido bem pior, podendo ter degenerado em agressão física.
Como muito bem escreveu Ruth Aquino, em sua coluna na revista Época, “Inaceitável foi o motim moralista que fez a faculdade parecer o presídio do Carandiru. Em catarse coletiva, centenas de jovens brandindo celulares urravam nas rampas, pulavam muros, gargalhavam, jogavam papel higiênico no pátio central. Sem a PM, Geyse corria risco de ser linchada fisicamente. Os agressores – que espalham que a estudante seria atriz pornô – devem ser os mesmos que visitam sites adultos e se valem dos serviços de prostitutas. Só não as querem jamais sentadas na carteira ao lado.”.
Nada justifica a humilhação pública a que submeteram a estudante, nada justifica as cenas de ódio e de violência que, constrangidos, vimos na TV. Se a jovem não vestia roupas adequadas para freqüentar a Uniban, que os alunos se unissem e exteriorizassem sua reprovação, diretamente à colega, de forma civilizada. Se esta não os atendesse, que procurassem o diretor da universidade para que tomasse as providências cabíveis no caso. Esta seria a atitude de gente decente, ética e digna.
Resido numa cidade do nordeste, lecionei na Universidade Federal, onde era comum vermos garotas usando mini saia, short curtinho, vestidinhos curtos, tops e outros trajes avançadinhos, inclusive blusas apertadinhas sem soutien, sem que sofressem o mínimo constrangimento. Portanto, não consigo deixar de ficar perplexa com a atitude xiita, absurdamente hipócrita dos santarrões e pseudopuritanas da Uniban com a jovem Geyse.
Geyse Arruda, 20, afirmou ontem na TV que professores e funcionários também participaram do tumulto. Segundo ela, "os seguranças da faculdade, no começo, estavam rindo", disse. "Como um aluno vai ter atitude decente se os próprios professores e funcionários apoiam [as hostilidades]?" (Como se vê, o execrável exemplo vem de quem deveria zelar pela boa formação moral dos alunos. Vergonha!)
No mesmo programa, uma aluna da Uniban, Thaiza, disse que Geysa não é a única a usar roupas ousadas na faculdade, "sempre tem meninas de top, eu mesma uso minisaia e vestidinho curto, então tudo isso é uma tremenda hipocrisia."
Concordo com Thaiza: são todos uma corja de hipócritas! Uma turba de covardes!
Geyse Arruda, 20, afirmou ontem na TV que professores e funcionários também participaram do tumulto. Segundo ela, "os seguranças da faculdade, no começo, estavam rindo", disse. "Como um aluno vai ter atitude decente se os próprios professores e funcionários apoiam [as hostilidades]?" (Como se vê, o execrável exemplo vem de quem deveria zelar pela boa formação moral dos alunos. Vergonha!)
No mesmo programa, uma aluna da Uniban, Thaiza, disse que Geysa não é a única a usar roupas ousadas na faculdade, "sempre tem meninas de top, eu mesma uso minisaia e vestidinho curto, então tudo isso é uma tremenda hipocrisia."
Concordo com Thaiza: são todos uma corja de hipócritas! Uma turba de covardes!
5 comentários:
Eva, aguardava que você comentasse esse fato. Foi tudo um total absurdo, um comportamento inominável de todos aqueles estudantes, você está coberta de razão. Nada justifica isso... totalmente reprovável.
Vendo por outro lado,acho que já passou da hora de falarmos algo sobre o comportamento feminino nos dias de hoje. É preocupante uma jovém sair de casa pela manhã, tomar ônibus e ir à faculdade vestida e maquiada para "matar", e alegar que tinha um compromisso (festa) após a aula que terminava ao meio-dia. Aprendemos que cada um colhe o que planta e ela ficou tranquila ao ser acompanhada para se retirar da Uniban. Nos programas aos quais compareceu, olhava as câmeras buscando a sua imagem e alisando os cabelos... ora, ora... ela estava gostando de tudo aquilo. Mais uma vez, estava no "Hoje em Dia", com uma calça fusô e uma blusa decotadíssima exibindo os seios fartos.
Fica a pergunta - Será que ela ia à escola para aprender Turismo? Qual era o comportamento dela anterior a esse episódio? Se as demais alunas também extrapolam no vestuário porque reagiram só com ela?
Sei que não tenho nada com isso, mas as mães precisam ficar mais atentas à forma com suas filhas saem de casa, pois poderão até não voltar ou serem estrupadas com muita facilidade. As meninas de 12 anos já mandam suas fotinhas seminuas pelo celular para os meninos da mesma idade e os chamam de frouxos, quando eles não dão o que elas querem, e os coitados até nem podem.
Acho que é preciso o ALERTA... pois de outra forma continuará a prostituição infantil, a pedofilia, a gravidez na tenra idade e os crimes como o da Eloá.
Se a próxima vez que ouviremos falar de Geyse não for nas páginas da Sexy, vou me admirar muito; com certeza estranho seria se ela arrumasse um emprego na Secretária de Turismo!!!
Gostaria da sua opinião sobre este tema. Abraço, Vanny.
Vanny,
Eu nã vi os programas que mostraram Geyse. Realmente é estranho o comportamento dela, assim, tão segura e em nada traumatizada, como seria de esperar que estivesse.
Quanto à ação dos pais para coibirem a falta de limite dos filhos, este é um ponto a considerar, especialmente por causa da permissividade que preside a educação nos tempos atuais. Quando os filhos chegam à idade de Gryse, já nenhuma autoridade resta aos seus pais.
De qualquer maneira acho revoltante a violência e a agresão verbal contra a moça. No meu ponto de vista, nada justifica o que ocorreu na faculdade. O exemplo é péssimo e abriu precedente para atitudes semelhantes em outras universidades.
Eva muito interessante sua colocação e concordo com vc, nada justifica a atitude agressiva e exagerada dos alunos, principalmente porque se for olhar o que vestem e o que fazer ninguém ali teria direito de atirar a primeira pedra.
Ótima postagem.
Bjs.
APPLE
Obrigada por sua visita e pelas palavras amigas. Bjs.
Essa permissividade é o problema!!! e a origem está na educação. Crianças longe da escola não ocupam suas cabeças com coisas construtivas e ficam ligadas ao meio ambiente e os seus problemas cotidianos. Os valores baseados no dinheiro para a sobrevivência sem espiritualidade e respeito à família e ao ser humano provocam esse estrago. As meninas acham que a sexualidade e a exposição do corpo é a única e grande saída. Trabalhar cansa e quando são aquinhoadas com uma figura exuberante, usam e abusam.
Quanto ao precedente da balburdia, foi um caso exporádico sem maiores consequências e também sem punições... apenas a Uniban intencificou suas propagandas para angariar novos alunos. Quanto a Geyse, vamos aguardar para ver aonde ela vai aparecer... ou não.
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