14 de abril de 2011

Eu sou a falsa loura burra


"O que eu acho da mulher brasileira? Ahh... sei lá, mil coisas... Eu sou a loura burra... é... (risos) Se eu não tenho opinião? Claro que tenho, cara, mas tenho de fingir que sou burra, senão os homens fogem de mim feito Diabo da cruz. Posso falar "mil coisas" sim sobre as mulheres, mas não espalha - só falo "off the record". Viu? Inglês... Só falo anonimamente... É; sou culta, mas bico calado. 

Vamos lá: eu acho o feminismo no Brasil um luxo de elite. Muitas mulheres de classe média resolveram de certo modo "assumir" sua inferioridade social, como se fosse uma espécie de "libertação". É só olhar as revistas masculinas. Ali, estão as desesperadas poses de peitos e bundas ostentando "independência", "liberdade". Não se trata de a mulher entrar no mercado de trabalho, não é a busca fraternal do diálogo com o parceiro amado. O que está acontecendo no Brasil é a libertação da "mulher-objeto". Não estão virando "sujeitos" livres não; elas querem ser mais "objetos" ainda. 

É isso: o "sujeito" tem limites, tem angústias; já o "objeto" é mais feliz, não sofre. Por isso somos associadas a marcas de cerveja, a pasta de dentes, a produtos de limpeza. A publicidade é toda em cima de sexo. 

As mulheres querem a felicidade das coisas. Querem ser disputadas, consumidas, como um bom eletrodoméstico. E eu participo da farsa. Veja este horrendo vestido que tenho de usar: ouros, rendas, paetês - uma caricatura da corte de Luís XV. Em suma, posso ser a Bovary, a Pompadour, a Paris Hilton, a Julieta, posso ser tudo... Veja meu tipo. Quem sou eu?... 

Cumpro todas as regras: peitos de silicone, coxas lipoaspiradas, bunda soerguida, sorriso debochado; tudo excessivo - curvas, volutas, refolhos, arrebiques que nos dão um ar de prostituta que subiu na vida. Mas, sei também usar olhares profundos de mulher apaixonada, tudo iluminado pelos indefectíveis sorrisos largos que podem oscilar do "romântico maternal" para o "joie de vivre" de coquetes, mas sempre sorrisos, dentes brancos, porque tristeza não é "comercial". 

É preciso dar inveja aos leitores das colunas sociais, onde se passa a "vida feliz", longe do desemprego, da política, das crises econômicas. Fingimos de bobas, mas queremos Poder. Para isso é necessário uma permanente estratégia de controle sedutor sobre a lerdeza dos machos, pela histeria, pela dissimulação, pela voz doce e fina, mas cheia de perigos velados, sutis ameaças agressivas, para mantê-los com medo dos chifres...” 

Leia a íntegra do artigo ''Eu sou a falsa loura burra'' em O Globo. 12/04/2011. Arnaldo Jabor, O Globo 

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Não concordo que a maioria das mulheres brasileiras sejam como as que foram descritas no artigo de Jabor, a não ser que ele tenha pautado sua opinião nas mulheres do BBB11, tamanha é a semelhança com a “falsa morena burra” que foi tornada campeã. 

Jabor deveria dar uma espiadinha nas Universidades, nas Fábricas, no Campo, nos Movimentos Sociais, nas Empresas, no Comércio, nas Escolas, mas Repartições Públicas, nas Escolas, na Política (uma mulher é a Presidente do Brasil) para ver o que as mulheres estão fazendo? 

Sou mulher e sempre fui trabalhadora. No mundo em que vivo, este tipo de mulher a que ele se refere em seu artigo, não existe. Só sei que elas existem porque as vejo em revistas, na TV e nos Reality Shows. Ao contrário destas, a vida da maioria das mulheres é bastante dura. Têm que trabalhar, cuidar dos filhos, da casa e batalharem muito pra conquistar o espaço delas. 

As mulheres brasileiras, estão estudando, trabalhando, se valorizando às pencas. Basta ver a quantidade delas que são médicas, dentistas, engenheiras, assistentes sociais e trabalhadoras de um modo geral. Ainda se tem milhões delas cuidando das suas casas com filhos sem maridos e subsistindo apesar do preconceito contra elas. Estas não confundem liberdade com libertinagem, vivem com dignidade e se fazendo respeitar.


11 de abril de 2011

Enquanto aguarda o "processo", Ariadna lança revista PlayBoy



Ariadna prestigiada pelos colegas Maurício, Jaqueline e Paulinha, no lançamento da edição da revista PlayBoy especialmente feita para ela. Além dessa edição especial, a ex-bbb teve algumas páginas na edição de março que tem Michelli na capa. 

Na entrevista concedida no dia do evento, Ariadna ficou sabendo que o assessor da campeã teria revelado que vai bloquear o seu cachê da na revista. É deplorável essa perseguição à jovem, por parte da genitora (missionária evangélica) da pura e virtuosa Meg.   A doce Meg que declarou no programa do Faustão que perdoava Ariadna, de quem gostava muito. E, logo depois, afirmou o contrário, apoiando a mãe no processo movido contra a garota. Quanta mentira! Quanta incoerência e descaramento! 

Fazer o quê? A cegueira de certas mães, às vezes, raiam ao absurdo! Será que esta senhora, que se diz missionária evangélica, procurou ver os vídeos e fotos da filhinha, educada com tanto rigor e "bastante religiosa"?  Se é tão religiosa, como podem ser tão vingativas contra uma pessoa que não disse nenhuma mentira, nem calunia, para tentar tapar o sol com peneira?  Arre, quanta hipocrisia! 

O que é mais abominável é assistir o show de soberba majestática dessa senhora e sua filhota contra a atitude de humildade de Ariadna que, inclusive já pediu desculpas publicamente, como exigiu a arrogante Alícia. Não deveria ter se desculpado. Afinal, não caluniou  nem difamou, conforme está sendo acusada.
  
Segundo a reportagem de OFuxico, Alicia garantiu levar o processo até as últimas consequências e disse que toda a família está mobilizada para defender Maria. Sobre a imagem da filha, Alicia revelou que acredita mais no poder divino e acha que as palavras proferidas por Ariadna não vão abalar a reputação da filha: “Não temo preconceito fora e dentro da casa depois das palavras da Ariadna. As trevas saem para dar passo à luz. Esta não é qualquer luz, é a luz de Deus. 

Ai, que alienação! Por acaso, a reputação de Maria ainda tem alguma coisa que possa ser abalada? Será que a nobre e distinta senhora não sabe que a filha está na boca do mundo há muito tempo?  Que os vídeos erótico-pornôs foram vistos por milhares de pessoas, no Brasil e no exterior, inclusive pela turma do BBB11? 

Torço por Ariadna! Ela não pode ser massacrada para que Meg continue se fazendo passar por inocentinha "moça de família", muito devota e religiosa. Espero que ela tenha um bom advogado, que recolha as provas necessárias a fazer com que o tiro que lhe querem dar saia pela culatra. Ainda quero ver o final dessa história asquerosa...  


9 de abril de 2011

Orgasmocracia ou a tirania orgástica


O médico Gerson Lopes afirma que as mulheres vivem “um regime ditatorial” com relação ao sexo e desempenho na cama, motivado pelo grave equívoco de considerar que a mulher tem que ter , obrigatoriamente, orgasmos estupendos. É esta idéia errônea que enseja que muitas vivam em uma orgasmocracia, ou seja: numa situação na qual o fim da festa ganha mais atenção que a experiência completa. 

A mulher contemporânea usufrui de sua liberdade sexual, aproveita o direito ao prazer e conhece melhor o próprio corpo. Com a queda de barreiras morais e o advento da pílula anticoncepcional, o sexo erótico ganhou força na vida delas, a ponto de incitar uma busca incessante pelo orgasmo, que agora tem que ser "múltiplo".

O novo momento é marcado por uma grande cobrança pelo gozo e performance na cama, segundo o ginecologista Gerson Lopes, presidente da Comissão Nacional de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Com isso, a satisfação sexual estaria mais associada ao resultado do que com a entrega, e assim o "fim da festa" ganha mais atenção que a experiência completa. 

O Dr. Gerson Lopes explica o conceito da “orgasmocracia” que vivemos. E como isso afeta a relação da mulher com o sexo: É como se fosse um regime ditatorial em relação ao orgasmo. O direito ao gozo não pode ser substituído pela obrigação de tê-lo. Presa nessa ditadura, a mulher não se solta no processo do brincar e o foco está no resultado (orgasmo) e não no durante. Presa ao 'fim' ela não curte adequadamente o 'meio', comprometendo o envolvimento afetivo e sexual com o parceiro. 

Claro que toda relação tem que ser prazerosa, mas não obrigatoriamente orgástica. Existem outros prazeres como olhar, ouvir, tocar, relaxar... Toda mulher deve sim tentar ter orgasmo, mas a satisfação sexual e a felicidade não têm necessariamente a ver com o orgasmo. A pressão de ter o orgasmo dificulta ainda mais a experiência orgástica. Na clínica chegam mulheres que têm orgasmo, mas não sabem. Isso acontece porque elas possuem expectativas irreais. 

A ideia que toda mulher deve atingir o prazer máximo para ter uma vida sexual feliz talvez tenha sua origem em conceitos machistas. Porém, dizem que machismo é uma doença igual a hemofilia – existe em homem, mas quem transmite é a mulher.O mundo moderno é um mundo de resultados e a visão do orgasmo pelas mulheres é o reflexo disso. 

Erroneamente muitos homens se responsabilizam pelo orgasmo da mulher. A pergunta cretina “você chegou?“ não traduz uma preocupação com ela e sim uma forma de autoavaliação. Ela chegando, significa para ele que desempenhou bem seu papel. Diante disso, o caminho para muitas mulheres é fingir o orgasmo para agradá-lo. Mas ninguém dá orgasmo a ninguém, ele simplesmente acontece. O homem pode apenas facilitar ou dificultar.

Infelizmente as mulheres estão tão competitivas em relação ao sexo como os homens e também acabam mentindo tanto quanto eles. Sexualidade não é qualidade de pessoas e sim de envolvimento entre pessoas.

É possível que, em função de uma grande expectativa em relação ao sexo, algumas mulheres acham que não têm prazer e na realidade têm orgasmos perfeitamente normais. Na minha clínica chegam mulheres que têm orgasmo, mas não sabem. Isso acontece porque elas possuem expectativas irreais em relação a este fenômeno. A literatura diz que aproximadamente 20% das mulheres têm orgasmos e não sabem.

O caminho para uma vida sexual satisfatória está mais no conhecimento do próprio corpo que na cobrança por mais prazer. A questão é saber se as mulheres se conhecem o suficiente para isso. Sem dúvida conhecer possibilita mais prazer enquanto a cobrança de desempenho mais desprazer. Eu diria que as mulheres ainda não se conhecem bem. Conhecem muito bem seu corpo estético e higiênico, mas pouco o corpo erótico. E investir no seu erotismo é responsabilidade dela e não do parceiro.

Fonte: Delas. 
Julia Reis, iG São Paulo | 
Foto: Getty Images 


4 de abril de 2011

Uma "celebridade instantânea" chamada Nathalie Lamour...


Há tempos venho planejando escrever um comentário sobre a personagem de Déborah Secco – Nathalie Lamour – na novela da Globo, Insensato Coração.
A personagem é uma ex participante de um reality show que, embora tenha outro nome na ficção novelística, se constrói como uma metáfora de algumas ex-participantes do Big Brother Brasil, justamente aquelas que, como Nathalie Lamour, se desesperam e fazem de tudo para recuperar os fugazes momentos da fama instantânea que tiveram ao terminar o programa.

A caricatura é perfeita, especialmente pela interpretação de Déborah que, como fã incondicional do BBB, conhece todas as manhas e artimanhas das ex-participantes deslumbradas com os holofotes midiáticos que ficam à beira de um ataque de nervos, quando percebem que estão caindo no esquecimento, especialmente com a chegada no mercado de novas "famosas instantâneas", de outras mulheres lindas e celebradas por seus fãs clubes.

O estilo de Nathalie é de parar o trânsito – afinal, o que ela mais quer é chamar a atenção. A personagem, ex-participante de um reality show, adora peças curtas e justas que deixam o corpo bem à mostra. O seu estilo ousado e vulgar de se vestir parece ter sido inspirado no figurino preferido por Priscila Pires, Maroca e outras que primam pelo estilo brega. Tudo nela é micro: shorts, saias, vestidos... Apenas os decotes são maxi. Ela quer ser chique, mas precisa mostrar o corpo, que é sua maior arma, seu cartão de visitas.

Celebridade instantânea, deslumbradíssima, Nathalie adora moda e peças de griffe, mas sem condições de caprichar nas compras, conta com a ajuda do amigo Roni (Leonardo Miggiorin) para conseguir se produzir, fazendo adaptações das tendências. Ela se inspira em ícones internacionais – por exemplo: Kate Moss -, da qual ela pega as referências e faz uma salada seguindo o seu mau gosto. O resultado é aquele toque brega e vulgaríssimo que detona o refinamento do modelo copiado. Ela usa muito brilho, paetês, ouro, prata, correntes, tachas, vestidos bandage, bolsa com franjas, sandálias altíssimas, tudo que puder chamar a atenção.

Em sua luta incansável para agarrar um homem rico, a patética figura, que se acha bela e irresistível, inclusive por se considerar uma celebridade, tenta conquistar vários solteiros famosos e ricos, envolve-se, mas vai com muita sede aos potes, sendo descartada e tratada como uma piranha. As decepções e humilhações se sucedem, até encontrar um conquistador casado que fica doido de tesão por ela, mas é recusado, quando revela que é casado. Não se dando por vencido, o cafajeste engana-a dizendo ter se separado da mulher e estar residindo em um hotel. Ela caiu na armadilha, ficou com ele, apaixonou-se, acredita que vai se casar e tece sonhos e projetos de felicidade mirabolantes. Mal desconfia que ele já se cansou do brinquedinho sexual e está prestes a abandoná-la. Quem quiser saber como será o fim desta história, acompanhe a novela...

A importância da personagem é o fato de ser uma metáfora critica das mulheres que participam do Big Brother Brasil, mas não encaram o programa como um mero jogo, uma competição para a conquista de um prêmio milionário. Não enfiam nas cabeças ocas que BBB não é um passaporte para a televisão, para a carreira de modelo nem é emprego vitalício. A fama que todos gozam ao saírem da casa é instantânea e, por isso mesmo, é passageira, como são passageiras as oportunidades de ganharem dinheiro em trabalhos de publicidade, em eventos de moda, posando para revistas e comparecendo em festas que costumam convidá-los, enquanto estão iluminados pelos holofotes da mídia.

Se observassem bem, perceberiam que a cada edição do programa, mais cedo os ex-bbs estão caindo no esquecimento, apesar dos malabarismos que fazem para serem lembrados, para sentirem a luz dos holofotes sobre suas vaidades e ilusões de glória eterna. Mesmo os campeões são pouco lembrados. Não fosse uma mãozinha que Boninho dá a alguns deles na época do BBB, como colaboradores em chamadas e outros bicos de relativa importância. Mesmo Alemão pouco aparece. Nesse ano tentaram ressuscitar alguns em programas de entrevistas de pouco interesse. Eu mesma não fiz questão de ligar a tv para vê-los e ouvir as abobrinhas que decerto disseram. Programas como A Eliminação não me interessou ver. Dos que estiveram no Faustão, só vi os que foram nesse domingo.

Os participantes do BBB11 vão ter uma fama instantânea curtíssima. Talvez O EGO, por ser especializado em temas de televisão e famosos, ainda vai dar notícias de alguns deles por algum tempo. Graças a esta abençoada tendência, nunca mais soube dos ex-bbs que fizeram as edições antigas, tampouco os que encheram a minha paciência nos BBB9 e 10. Os que ainda aparecem são mulheres, as Nathalie Lamour que surgem em todas as edições.


2 de abril de 2011

Sexo casual, sexo pelo sexo... e nada mais!

Depois do BBB11, cheguei à conclusão de que precisava pesquisar, estudar e refletir para tentar compreender os comportamentos sexuais das mulheres participantes do programa, a promiscuidade, a depravação que provocaram a minha perplexidade e repulsa, por não estar habituada a ver tudo quanto vi ser praticado na casa mais orgiástica do país. Se o que vi causou-me espanto, isto se deveu ao fato de nunca ter testemunhado no meu círculos de amizades e no âmbito da minha família, nada que se assemelhasse à degradação moral daquelas mulheres. 
Causou-me espanto, também, o entusiasmo da maioria dos blogs pela mais escandalosa participante: Maria, a que fizeram a campeã do programa. Uma mulher que, mesmo tendo uma mesada excelente para se manter, mesmo pertencendo a uma família decente, meteu-se com o sub mundo do sexo virtual, protagonizando depravadas cenas erótico-pornôs para vídeos que podem ser vistos na NET, juntamente com uma enorme quantidade de fotos despida, em atitudes rasteiras, sórdidas. E o mais grave: ela nega ter feito tais vídeos e tais fotos. Mente. Eu vi tudo. 

Dizem que a maioria das pessoas que votam nos paredões do BBB são mulheres. Se votaram em Maria, só posso concluir que aprovam e aplaudem os seu comportamento promíscuo dentro e fora da casa, como aprovavam o de Diana, tão promíscua quanto Maria. O que pensar então? Apesar de saber que grande parte das mulheres não aderiram à bandalheira sexual, a proporção das mais jovens que se identificam com as mudanças e com a liberdade ilimitada tende a aumentar... E é aí que está o perigo. 

Em minhas buscas, encontrei farto material sobre o assunto que procurarei trazer para o blog, objetivando ensejar às pessoas que nos visitam uma reflexão acerca da questão. Tomarei como ponto de partida um texto da Redação da Rev. Época que aborda muito bem o tema, ao qual acrescentarei meus comentários.

SEXO... E NADA MAIS

“Em um animado papo entre amigos num boteco, ontem, uma amiga disse que não deixava nenhum homem dormir no apartamento dela. Acabada a diversão, cada um pra sua cama. Nada de dormir junto ou ficar vendo filminho abraçado. Café da manhã no dia seguinte, nem pensar. Assim, irredutível. Por coincidência, ontem também li um post no blog The Frisky sobre sexo casual. Falava exatamente da mudança de comportamento das mulheres em relação ao sexo. 
O artigo contava como as britânicas estavam cada vez mais adeptas do “trophy sex” (sexo como troféu), comportamento tipicamente masculino, de levar uma parceira para cama e torcer para ela virar pizza depois do orgasmo, e citava a estatística de que o número de mulheres em busca de sexo casual nos sites de relacionamento aumentou 20% nos últimos 5 anos. Há mais ou menos um mês, conversei com a psiquiatra Carmita Abdo, da USP, que coordenou a maior pesquisa sobre sexualidade do brasileiro, a Mosaico Brasil, divulgada no final do ano passado. 
Um dos resultados que mais chamou a atenção dela na pesquisa foi justamente a mudança de comportamento da brasileira em relação ao sexo. Ela disse que elas diferenciam muito bem sexo de amor e praticam sexo casual quase com a mesma desenvoltura dos homens. Será que nós, mulheres, estamos mesmo ficando mais racionais em relação ao sexo? E os homens, será que estão curtindo serem “a pizza” da vez?” (Redação Época )


Com certeza as mulheres andam mudando seu comportamento… Na verdade eu não diria ‘mudando’, acho que andam é incorporando o comportamento masculino. Curiosamente, assumem um comportamento que elas mesmas sempre reclamaram. O romantismo, o glamour que havia nas relações amorosas apoiadas no sentimento parecem ser coisas de um passado longínquo, foi suplantado pelo sexo casual, ou seja: sexo pelo sexo.

O fato é que o sexo casual está cada vez mais em moda. A mulherada já encara essa modalidade com tranqüilidade, habilidade e muito prazer. Sem precisar se prender ou dar satisfações ao bonitão da vez. Agora são os homens que ficam preocupados em serem usados, feitos de objetos (ou de pizza). O que se verifica é uma total inversão de papéis. No entanto, nunca foi tão fácil para o homem transar, nunca foi tão fácil pegar mulher, de graça, saudável e, em alguns casos, que paga a conta do motel. A grande questão é que essa “putaria” generalizada impede a formação de relacionamentos duradouros. A maioria das pessoas não consegue estabelecer um relacionamento sério. Já ouvi um sobrinho meu dizer, “ainda bem que eu já casei. O padrão moral das mulheres está tão baixo que se eu tivesse que procurar esposa agora, decerto que logo desistiria”. 

Os relacionamentos estão mesmo muito superficiais, porque as pessoas priorizam apenas a superfície, tornaram-se frívolas, promíscuas e vulgares. Sequer fazem questão de conhecer melhor as pessoas com quem transam. Isto não interessa, em alguns casos nem o nome do parceiro casual e descartável sabem. Como toda causa gera um efeito, os homens também estão ficando indiferentes às mulheres. Eles perderam os papéis que desempenhavam. Gostavam de ser machos garanhões que viam nas mulheres apenas uma vagina, apreciavam dominar a situação, ter as mulheres ao seu dispor, ter trabalho, enquanto elas ficavam fazendo o curso normal, casavam-se virgens se tornavam dependentes do marido.

Eles se ferraram. Elas passaram a ser maioria nas escolas, nas faculdades, já empataram nas médias gerências, já estão tomando as diretorias, ou seja, foram à luta. O homem ficou sem papel. Mas redescobriram a si mesmos e estão levando vida própria, não dependendo tanto das mulheres. Muitos moram sozinhos e assumem as tarefas domésticas. 

Esse comportamento feminino promíscuo vai contra tudo que as mulheres raclamaram antes de aderirem à masculinização das suas atitudes em relação ao sexo. Passaram a agir da mesma forma execrável que os homens promíscuos, repetindo seus piores comportamentos. 

Será que “dar o troco” usando os mesmos artifícios masculinos é uma opção acertada? Não. É um tiro no pé. Estão confundindo liberdade com libertinagem. Estão fazendo do sexo casual o centro das suas vidas, sem se darem conta de que estão abrindo mão da feminilidade, do amor, da maternidade, da família. Vidas vazias e uma desesperada corrida para festas, baladas, bares, bebidas que, ao fim e ao cabo, não preenchem os vazios de sua incompletude. Muitas findam relacionando-se com mulheres, daí o avanço da bisexualidade e do lesbianismo. Mas este é assunto para outra postagem.

Há muitos homens e mulheres que aplaudem a mudança e as audácias femininas, Há que Háquebrando paradigma e implodindo tabus, assumindo o que há de pior nos comportamentos de grande parte dos homens, como: promiscuidade, depravação, beber excessivamente, ingerir drogas, falar palavrões, assédio, tomar bombas, fazer musculação pesada em busca de uma aparência masculinizada, etc. Oh! Almas atrapalhadas!"

E você, o que acha de tais mudanças?