22 de outubro de 2013

Covardia e crueldade em nome da ciência


Eu julgava que já perdera a capacidade de ficar perplexa, escandalizada e indignada com a vilania, a pusilaminidade e a intrínseca maldade do ser humano. Enganei-me! Enganei-me com o estômago revirado de tanto asco, de tanta ânsia de vômito. Enganei-me! Constatei meu engano ao assitir as cenas diabólicas propiciada pelo que foi mostrado pelos ativistas que invadiram e salvaram do inferno os quase duzentos cachorrinhos encarcerados em um instituto de pesquisa, onde carrascos desalmados e covardes que se auto denominam "cientistas" usavam os animaizinhos para suas experiências demoníacas de exacerbada crueldade, decerto inspiradas no modelo legado por Hitler e seus asseclas, nos campos de concentração nazistas.
Torturas sem explicações chocaram os que invadiram os canis e laboratórios para salvarem os cãezinhos. Encontraram cães com a língua cortada, com cortes nas patinhas, muitos com as unhas arrancadas, a pele raspada no dorso para experiência sabe-se lá com que tipo de material. Cães com o corpo cheios de tumorações, caroços espalhados pelo corpo, dentes quebrados ou limados. Todavia, o caso de maior crueldade dentre todos foi o do cão que tem os dentes caninos colados com uma cola grossa, ficando sem poder abrir a boca, bebendo com grande dificuldade e só conseguindo comer alimentos liquidificados, postos na boca do animalzinho.
Os cães nasciam no cativeiro, não tem nomes, não sabem o que é um afago, não conhecem nada além do cubículo infecto de fezes e urina onde nasciam e cresciam confinados.
Nunca pude imaginar que a crueldade de pessoas com curso superior pudesse chegar a tais extremos de covardia contra seres tão indefesos e dóceis com são os cães da raça baeguel (não sei a grafia do nome).
Esse caso ainda vai dar muito o que falar, porque os que salvaram os cães estão fazendo minucioso relatório, com fotos e vídeos, de tudo quanto acontecia no tal instituto. Veterinários voluntários estão examinando todos os animaizinhos, avaliando a inutilidade de tanta maldade.
Os responsáveis pelo Instituto tentam dar explicações que não convencem. Eu gostaria de saber que tipo de experiência científica poderá resultar da tortura de um cão com os caninos colados... Será a cura para o cancer? Ou será a cura para o mal de Parkinson? Bandidos de jalecos brancos, cambada de criminosos se fartando com a prática de sadismo com os bichinhos.
Infelizmente, no Brasil esses covardes nada sofrerão. Mas, acredito que a festança sádica com animais vai ter freios. Ainda quero acreditar que os que salvaram os cães maltratados consigam organizar uma grande passeata de protestos contra tanta desumanidade, falta de compaixão e de ética.

Nunca sento tanta indignação, revolta e vergonha de pertencer à raça humana!!!

1 de outubro de 2013

A leveza do Amor vivido em plenitude...


Leveza é a palavra de ordem em qualquer circunstância da vida. Naturalidade, autenticidade, segurança e principalmente, certeza de estar aonde deveria e desejaria estar. A chave para isto? Paciência, autoconhecimento, trabalho neste sentido e cuidado. E no amor, a regra também é válida? Como em tudo na vida, no amor e no sexo não é diferente. Cultivar é o segredo.
Conhecer-se e conhecer ao outro, somam-se a ele. Saber exatamente quem é aonde e com quem deseja estar. Regra tão simples e tão desprezada por nós. Porque é que temos essa estranha mania de acharmos que somos deuses ou bruxos, que nada nos atingirá e que em um passe de mágica tudo se resolverá e ficará rosa e azul?
Nada mais gostoso que estar nos braços de alguém que sabe exatamente onde queremos chegar. Nada melhor que a certeza de estar sinalizando de uma maneira tranqüila e leve o que gostamos de sentir. Nada melhor, quando tudo isto é transmitido através de olhares e sentidos captados pelo profundo entendimento de um casal que se ama.
E tem tempo para conquistar isso? Tem. Tem o tempo de cada um e tranquilidade é o que se consegue como resultado, muito ao contrário do que pensam hoje em dia as pessoas que se entregam umas as outras fortuitamente, sem ao menos uma conversa que as identifique em algum ponto.
É dispensável o tempo determinado entre estágios que medem o grau do relacionamento e ninguém precisa ficar o tempo todo pensando em casamento. Entretanto, algum tempo, palavras, olhares e toques, são necessários para um entendimento. É importante observar se, obedecendo-se a um instinto não estaria abrindo mão de um mínimo de sinalização contra um encontro nocivo e devassador que abalaria a estrutura de corpos e almas em vez de alimentá-los. Algum tempo há de ser dedicado.
Amar desta maneira não tem nada a ver em firmar um compromisso com alguém; tem a ver exatamente com o contrário. Tem a ver com a leveza do descompromisso e com o comprometimento de ser e de fazer o outro feliz, exatamente ali, naquele momento. E dessa maneira ir construindo uma rede de sintonia fina e apurada a cada encontro. Comprometimento em se doar além de tudo, e além de tudo, receber do outro com gratidão, tudo que vier para fazer feliz.
Observar, ponderar, cativar a cada dia, a cada encontro. Anotar no coração as sensações, as expressões e todo tipo de manifestação de satisfação ou de insatisfação do seu parceiro e ao ir com ele, ao encontro da alegria de estarem vivos e juntos, mais uma vez, levar consigo, uma cesta de cuidados.
As impressões não devem buscar a conquista que amarra em uma representação teatral encenando as artimanhas do amor, porém fazer crescer continuamente, o desejo de serem livres e completamente atados um ao outro pelo prazer de estarem juntos e somente isto. As intenções não devem transpor os limites da real felicidade, e nem precisa ser assim, pois é assim que perdemos a melhor parte, justamente quando desfocamos o agora.
Um desprendimento descomunal, somado a um cuidado visceral acompanhados de uma destreza desmedida em conhecer-se e conhecer o outro, cultivando o amor que por qualquer motivo ou circunstância os una, pode fazer de um casal, o casal mais feliz do mundo. E não tem título ou rótulo que identifique aqueles que os são. Somente eles e neles se pode reconhecer o estado de felicidade em que se encontram. Não tem condição que permita a um casal, saber mais do grau de sua verdadeira união, que o encontro de seus corpos, a sós e em plenitude. Somente a intimidade traçada por eles pode fazer com que transpareçam, aos olhos do mundo, um casal de verdade.

O que esta fora deles é teatro e de área em área, o fim, está com seus dias contados.

“Não busco aventura, mas alguém que enxergue a vida com todas as cores que ela possui e que queira compartilhar comigo o maior de todos os tesouros, o Amor.” – De um amigo.
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Autora: Jussara Hadadd, filósofa e terapeuta sexual feminina