22 de abril de 2010

A moda preocupante das pulseiras do sexo

Uma nova moda entre jovens, e até crianças, invadiu as escolas e as ruas do Distrito Federal e causa preocupação em pais, educadores e polícia. É possível saber qual é a disposição de algumas pessoas para o sexo ao olhar pulseiras usadas por elas. Parece inacreditável, mas é verdade. Meninos e meninas de todas as idades vestem adereços coloridos feitos de silicone, conhecidos como pulseiras do sexo. Cada cor indica uma prática à qual quem está com o adorno se dispõe. Os significados vão de um simples abraço à relação sexual. A regra da brincadeira é clara: quem consegue romper a liga ganha o direito de receber o ato indicado por ela.

O adorno amarelo, por exemplo, é a senha para abraçar, o roxo dá direito a beijar com a língua, o azul significa que a menina faz sexo oral e o preto indica sexo, para citar alguns. O código é amplamente conhecido e divulgado entre os adolescentes.
Para muitos, essa moda não passa de uma brincadeira. "Não é porque a gente usa que vai fazer sexo. Na minha escola ninguém leva a sério", disse um adolescente de 16 anos que estuda na rede pública, na Asa Sul. Porém, um amigo dele, de 15 anos, relata que há festas nas quais os jovens brincam de Snap - nome do jogo no qual são usadas as pulseiras. "No colégio, não tem seriedade. Mas a gente faz festinhas depois da aula, aí a coisa fica quente. Se arrebentar a pulseira, tem que rolar", afirmou.

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) recebe diversos telefonemas, todos os dias, de pais preocupados com os riscos que os filhos podem correr ao entrar nessa moda. Nenhuma ocorrência relacionada ao uso da pulseira foi registrada. "Essa brincadeira tomou uma proporção muito grande. Não podemos proibir, não há argumento legal. Mas os pais devem conversar muito com os filhos antes de comprar essa pulseira, que pode atrair pedófilos e outros dispostos a abusar de adolescentes", alertou a delegada-chefe, Alessandra Figueiredo.

A ideia de relacionar pulseiras a sexo nasceu no Reino Unido, há mais de uma década, como uma brincadeira entre adultos em casas noturnas. No Brasil, a mania começou no fim de 2009 e ganhou, principalmente, os pátios dos colégios. Em uma escola particular de Taguatinga Norte, frequentada por crianças e adolescentes de classe média, dezenas de meninos e meninas dos ensinos fundamental e médio usam o acessório. Um garoto de 10 anos desfila com a cor vermelha no pulso, que indica uma lap dance, um tipo de dança erótica. Assim como ele, outras crianças passeiam com o adereço no pulso.

Diretoria e professores se mobilizaram para orientar os estudantes. "Recortamos reportagens sobre o tema e colamos nos murais da escola. Orientamos os alunos sobre o que cada cor significa. Não sabemos até onde tudo isso é verdade, então não proibimos. É um serviço de orientação. A partir do momento que começamos a falar sobre isso, o número de alunos que usava diminuiu bastante. A grande maioria não sabia o que significava. As meninas, principalmente, ficaram horrorizadas", explicou a diretora Norma Soares.

A cena se repete em um colégio público da Asa Sul, onde uma menina de 14 anos usa 83 pulseiras. Nos braços dela está o sinal verde para práticas sexuais. "Já quebraram umas 10. Os meninos tentaram pegar em mim, mas eu bati neles e eles desistiram", afirmou a adolescente. "Minha mãe fala que posso usar, mas não devo fazer o que as pulseiras indicam. Antes eu usava mais. Fiquei com medo porque rolam umas histórias de que as meninas são estupradas por vestirem isso", opinou uma estudante de outro centro de ensino.

Uma garota de 15 anos disse ter queimado as pulseiras depois de descobrir o que elas sugeriam. "Eu ganhei de presente de uma amiga, depois comprei algumas. É normal trocar entre amigos, nas escolas. Para mim não era nada demais, mas hoje morro de medo. Minha mãe me pagou muito sapo", contou. A Secretaria de Educação do DF informou que não pretende proibir o uso das pulseiras, mas enviou uma circular a todas as escolas com informações sobre o assunto.

Os pontos de venda das ligas são variados: vão de camelôs a lojas convencionais. Há até comércio ambulante na porta de algumas escolas. As pulseiras vêm em um pacote de plástico comum, sem nenhuma indicação de como "brincar" ou sobre o fabricante. A embalagem com 10 unidades de cores variadas custa entre R$ 1 e R$ 2. A peça única sai por até R$ 0,30. Cleonice Alves, 39 anos, comercializa o acessório na Feira de Ceilândia. "Já ouvi falar que foi até proibido. Mas isso é uma pulseira e não um preservativo, não tem nada a ver com sexo. O que induz ao ato é a consciência de cada um", acredita.

No início do ano letivo, o Batalhão Escolar da PM promoveu encontros com os pais e professores para alertar sobre os perigos dessa moda. A corporação chegou a se manifestar sobre o assunto e distribuiu fôlderes educativos em fevereiro. À época, o antigo comandante do policiamente escolar, tenente-coronel Marcos de Araújo, informou em entrevista divulgada pela Secretaria de Educação do DF que, "às vezes nem o próprio adolescente tem idéia da dimensão de usá-las e, mesmo sem ter a intenção, ele pode incitar um comportamento agressivo ou inadequado contra ele próprio, seja por parte de alguém que também usa a pulseirinha, seja por parte de alguém que conheça o seu significado".

Os jovens, por meio de redes sociais, compartilham mais do que informações sobre a pulseira. Dividem também experiências sexuais. O Orkut tem pelo menos 11 comunidades dedicadas aos usuários desse enfeite. A mais frequentada contava com 152.965 participantes, até a última terça-feira. Três dias depois, na sexta-feira, tinha 153.297 adeptos. Mais de 800 membros afirmam morar no DF. Há crianças e adultos entre os perfis mostrados. As outras comunidades têm entre 2 mil e 130 mil participantes. Nos fóruns de discussão, os participantes comentam a serventia das pulseiras e aproveitam para fazer amigos que também aderiram a essa moda.

Significado das cores:

Branca: a menina escolhe o que fazer
Azul: sexo oral a ser praticado pela menina
Vermelha: dança sensual
Laranja: mordida no pescoço
Amarela: abraço
Rosa: mostrar o seio
Roxa: beijo de língua
Verde: sexo a ser praticado pelo rapaz
Preta: sexo
Dourada: vale tudo
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Autora: Leilane Menezes /11/04/2010
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A pergunta que não pode calar: Por que as leis proibindo a venda e a fabricação das pulseiras não saíram ainda do papel? Estados, Municípios espalhados pelo Brasil têm levantado protestos contra as pulseiras, arrotam providências mirabolantes para determinarem o fim de tal modinha obscena, que estimula a promiscuidade e a iniciação sexual precoce, da mesma forma que se afirma como um convite à ação de pedófilos e estupradores. No entanto, nada de concreto foi feito. Que país é este, que não protege as suas crianças? Que tipo de mães e pais são os que permitem aos seus filhos, de ambos os sexos, o uso das malditas pulseirinhas da safadeza?
Sinto dó dessas crianças... Além do péssimo exemplo que recebem da mulherada adulta que se comportam como devassas, alucinadas por sexo e adeptas da mais explícita putaria, como vimos acontecer no BBB10, onde as aulas de putice eram diárias e aprovadas pelo mestre Bial, regiamente homenageado pela xoxota adornada de uma certa Princesa Devassa, da qual guarda uma calcinha preciosa, para alimentar suas fantasias de velhusco libidinoso. O PPV está em muitíssimas residências à disposição das adolescentes e crianças, encantadas com a libertinagem protagonizada pela mulherada, incluindo a tal “Morango”, por alguns homens, dentre os quais os dois gays, todos sem limites nas obscenidades.

Os resultados dessa triste realidade estão na própria mídia: meninas de 12 anos grávidas, fazendo sexo com garotelhos, caindo nas garras de pedófilos, prostituindo-se e sendo vítimas do próprio descaso das famílias que lhes permitem tudo, não as orientam e não as vigiam. Sinto dó, sinto uma grande piedade de todas essas crianças sem infância, precocemente empurrada para um mundo de adultos, sem o preparo devido para defender-se e para terem consciência do que fazem.

2 comentários:

Ana Paula - Ba disse...

Eva, esse tema é realmente muito preocupante. Sou professora e isso tem me criado muitos problemas, pois não basta proibir. É preciso um trabalho grande e coletivo de conscientização. Isso requer persistência e leva tempo. E o pior que, às vezes, me sinto sozinha nesse barco, já que muitas famílias sequer tomam conhecimento ou então não se posicionam. Êta tarefa árdua ser educador no Brasil. Amei o texto!!! Muito legal a sua abordagem. Aliás, não só esse..amo os textos que vc escreve. Sempre estou por aqui. Beijos, querida!!!

Eva-Nat disse...

ANA PAULA

Também fui professora, por isso sei o tamanhão das nossas dificuldades com os alunos.  O combate a uma miséria deste porte não pode ser apenas por parte dos professores. Ele requer uma ação conjunta e o apoio severo do Ministério Público.  É uma vergonha!