Cleyde Yáconis, uma das melhores e mais talentosas atrizes brasileiras, é um dos destaques da novela Passione. Onde interpreta o papel da sogra da, não menos talentosa e genial, Fernanda Montenegro. As presenças destas duas damas da dramaturgia nacional conferem à novela de Silvio Abreu um valor artístico de extraordinária grandeza. Completa e enriquece o núcleo dos idosos outros nomes já famosos e celebrados pelo público mais exigente: Aracy Balabanian, Vera Holtz, Eliaz Gleizer, Francisco Cuoco, Leonardo Villar, Flavio Migliaccio e Elimiliano Queiroz. Além de Mauro Mendonça, cujo personagem morreu já no primeiro capítulo.
A atuação do time veterano de Passione é um dos pontos altos da trama. Os atores de mais de 60 anos marcam presença tanto pelo número como pela qualidade de seu trabalho. Além destes, a novela ainda nos presenteia com um elenco de excelentes atores e atrizes com idade abaixo dos sessenta anos. Mas, sobre estes escreverei em outra oportunidade, porque hoje dedico mais espaço para a extraordinária Cleyde Yáconis, interprete de Brígida, personagem que vem conquistando a simpatia do público.
Transcrevo daqui por diante a matéria postada no R7 sobre a atriz:
“O grande mistério sobre o que acontece no quarto entre dona Brígida (Cleyde Yáconis) e o motorista Diógenes (Elias Gleizer) em Passione (Globo) é apenas um dos elementos que demonstram a participação ativa e a vivacidade dos idosos na trama de Silvio de Abreu.
Em entrevista ao R7, a intérprete de Brígida, Cleyde Yáconis, afirmou que “seja o que for” que se passe entre os dois, não é isso o que a preocupa. Mas, sim, o questionamento sobre a velhice. Ela é um dos destaques da trama.
- Não sei qual o rumo de Brígida e Diógenes, mas não é isso o importante. Eu me preocupo com a idade, com a velhice. Nós, idosos, não somos incapacitados. Às vezes, vou descer do carro e vem meia dúzia de pessoas para ajudar. Podiam nos perguntar se precisamos antes. Eu levo mais tempo para fazer as coisas que os mais jovens, mas eu consigo resolver o problema.
O temperamento forte, a vaidade e a falta de passividade de Brígida são o que, segundo a atriz, tem conquistado o público.
- Brígida é muito vaidosa, participativa, não se queixa de dor, está sempre presente nas discussões da família. É muito importante mostrar na TV uma pessoa mais velha assim, pois geralmente os idosos fazem sempre papéis de que estão morrendo.
De acordo com pesquisador em teledramaturgia da USP (Universidade de São Paulo) Claudino Mayer, os elementos da personagem de Cleyde estão presentes em nossa sociedade e, por isso, têm despertado o interesse no telespectador.
- Pessoas quase esclerosadas, pessoas que pensam que os mais velhos não servem para nada. Silvio de Abreu suscita essa discussão, mostra na novela que os idosos são capazes de opinar, de resolver problemas de casa, da empresa etc.
Aos 87 anos, Cleyde revelou que fazer este personagem tem lhe feito muito bem. E o motivo é simples: o jeito divertido de Brígida é bastante diferente dos papéis anteriores da atriz.
- Meus últimos personagens foram velhas dramáticas, muito densas, pesadas. Essa é mais leve. Mas o jeito “entrão” e hiperativo da sogra de Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) não chega perto das características pessoais da atriz.
- Eu sou o oposto a ela [risos]. Sou calma, tímida. Mais do que seis pessoas juntas já é um tumulto para mim. Gosto de falar baixo, ficar na minha casa."
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Fonte e autoria: Vanessa Sulina, do R7
Foto por Alex Carvalho/Globo
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