15 de outubro de 2009

MULHER: PRODUTO COM DATA DE VALIDADE




O Nome da Rosa Editora lança publicação sobre a intensa erotização que invade nossos dias e atua fortemente sobre as meninas e as mulheres. A autora Margareth de Mello Ferreira dos Reis, psicóloga, mestre em educação, arte e história da cultura e especialista em sexualidade humana, recorreu a reportagens da imprensa, a exemplos extraídos da mídia e a estudos de diversas áreas do conhecimento humano para analisar a armadilha erótica que nossa cultura criou e que vem enredando tanto as “meninas ingênuas” como as mulheres maduras, causando-lhes conflitos e prejuízos de diversa natureza.

No mundo contemporâneo, em que os objetos da sociedade de consumo são substituídos a toda hora pelos de última geração, a mulher tornou-se vulnerável à obrigação de assumir o papel de produto com data de validade.

A valorização do corpo feminino (ou de partes dele) e a erotização intensa têm sido hoje incorporadas, de maneira indiscriminada, por uma legião de mulheres, adolescentes, pré-adolescentes, meninas e mães de meninas, que sonham alcançar o mesmo status (e a mesma remuneração) dos símbolos sexuais enaltecidos pela mídia.

Mesmo as famílias, influenciadas por uma cultura que mistura a sexualidade adulta ao universo infantil, estimulam a erotização precoce, o que tem interferido no desenvolvimento normal das crianças e no empobrecimento psíquico do feminino, como comenta a autora:

“Hoje temos uma legião de “lolitas pós-modernas”, adolescentes e pré-adolescentes precocemente adultizadas, vestindo roupas e reproduzindo trejeitos provocantes e sedutores, que mal sabem como se proteger do assédio sexual masculino. Essas meninas não desenvolveram a capacidade crítica necessária para analisar as conseqüências de suas atitudes e das escolhas que fazem, muitas vezes estimuladas pela mídia e pela própria família.

As meninas tiveram um amadurecimento biológico precoce associado a um excesso de estímulos de ordem sexual, mas lhes falta a maturidade psicológica para entender e enfrentar estes estímulos.

O resultado disso pode ter vários desfechos: engrossam cada vez mais as estatísticas de gravidez na adolescência, as garotas têm se tornado presas fáceis de todos os tipos de drogas, assédios e violência, sendo que muitas, principalmente as que pertencem às classes economicamente desfavorecidas, acabam vítimas de prostituição infantil e juvenil.”

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A autora Margareth de Mello Ferreira dos Reis, psicóloga, mestre em educação,
arte e história da cultura e especialista em sexualidade humana,

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