
Em parceria com a ONU Mulheres, a Globo está promovendo, desde o último dia 11, uma campanha em que alerta sobre a violência contra a mulher. “Toda vez que uma mulher é agredida, a sociedade inteira é agredida também. Não se omita. Denuncie”,diz o vídeo que vem sendo divulgado nos intervalos da programação da emissora.
Embora o tema não seja novo e já tenha aparecido em várias novelas da Globo nos últimos anos, a atual campanha institucional acabou tendo reflexo nas tramas em exibição no momento. As três novelas da emissora têm dado destaque a personagens masculinos que abusam e agridem mulheres.
Em “A Regra do Jogo”, Juca (Osvaldo Mil, no alto) agride, humilha e ofende sem parar Domingas (Maeve Jinkings), até ser expulso de casa. No capítulo desta segunda-feira (30), em uma cena dramática, moradores do Morro da Macaca impediram que ele mais uma vez agredisse a mulher e o expulsaram da favela aos gritos de “covarde”.

A emissora garante que não influenciou os autores das novelas a incluírem ou desenvolverem estes personagens e assegura que não há uma relação direta entre a campanha institucional e as tramas. “O tema da violência contra a mulher é super atual e contemporâneo, então é natural que a marca (Globo) e suas obras estejam e sejam sensíveis a ele”, diz em resposta a um questionamento do blog.
“As tramas já estavam previstas na sinopse, mas, como o assunto está na pauta da sociedade, elas acabam ampliando a repercussão do tema”, acrescenta a Globo, sugerindo que a boa acolhida pelo público levou a um desenvolvimento maior das histórias.
Em agosto, em entrevista à “Folha”, questionado se incluiria ações de responsabilidade social em “A Regra do Jogo”, João Emanuel Carneiro deu a entender que não gostaria de ser obrigado a fazer isso: “Se for da trama, pode ser que eu aborde algum tema polêmico. De fora para dentro ter que discutir determinados temas me parece programático, engessa a história”.
O autor da novela disse não gostar de merchan social em suas tramas: “Mas como quase todas as novelas já se dedicam tanto a fazer esse tipo de polêmica, as minhas podem se dedicar a falar de temas novos para as pessoas, dinâmicas, conflitos novos. Eu como espectador não me seduzo tanto por polêmicas programáticas”.
A Globo disse: “Em 2015, foram cerca de 970 cenas socioeducativas exibidas em nossas novelas. Também cedemos espaço para a veiculação de 70 campanhas próprias e de parceiros, que informam, sensibilizam e mobilizam para causas sociais.”
Autor: Mauício Stycer
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