24 de outubro de 2020

Tenho o encanto das encantadoras.

                                

Eu sou melodia, sou valsa, sou emoções, sou mar revolto bramindo com fúria e sou também a prata das águas que as estrelas fazem brilhar em noites de veludo. Tenho o encanto das encantadoras e a frieza dos desiludidos. Sou valsa, sou tango, sou calor e sou gelo. Sou verdadeira, incapaz de ser falsa, mas inteligente para já saber que a palavra é de prata quando o silêncio é de ouro. Sou melodia, sou valsa, sou emoções desavindas ou controladas.

Sou uma sonhadora, uma tonta e, uma querida ou inimiga passageira. Não me dou com o mal e sempre pedi ajuda para quem me traíu. Já fui traidíssima e amada como só os poetas sabem amar. Em delírio, em paixão, em loucura. Pisco os olhos às estrelas, afago as nuvens, dou o braço ao vento e falo com a infinidade dos Oceanos mas não sou marada. Sou filha deles!

Sou um sono e muitos sonhos onde já me aconteceu de tudo Já estive no Paraíso, já acompanhei Jesus, já sonhei com pessoas de quem não gosto mesmo nada e nunca conheci pessoalmente. Já afaguei algumas e já desanquei noutras. Sou assim: doce e amarga, tonta e certinha. Rodopio, danço, sorrio à Vida, às flores, aos animais, às pedras (“eu hei-de amar uma pedra…”) e… sorrio para ti, meu amor.

(Autora: Maria Elvira Bento)
(foto:Ken Browar/Deborah Ory)

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