Gostei muito desse texto. Por concordar com o que a sua autora escreveu, trouxe-o para ser lido e comentado aqui. É sempre oportuno à mulher repensar os seus papéis na sociedade, reavaliar a sua forma de estar na vida, tomar consciência da importância que tem no meio onde vive, trabalha e relaciona-se. Em sua pluralidade de funções e de atuações a mulher exerce grande influência no meio social, na família e no trabalho. Vamos ao texto da Dra. Margareth Reis:
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“Se no tempo de nossas avós a mulher começava seu exercício sexual cedo para reproduzir e era levada à exaustão pelo número de filhos que paria, hoje é levada à exaustão pela exigência social de ser sexualmente desejável, orgástica e independente, além de se transformar em um troféu digno de ser exibido pelo homem. A mulher madura também é pressionada a se encaixar nos padrões vigentes de beleza e juventude, nem que seja negando seu próprio tipo físico, e entram assim em jogo os referenciais criados pelo homem para validar a situação feminina. Se a mulher atinge estes referenciais, ainda tem que provar algum valor além da beleza, porque, a princípio, de uma mulher bela não se espera inteligência, preparo profissional, ou qualquer atributo que a faça sobressair na vida pública.
Por outro lado, se é somente nesta esfera pública que a mulher se destaca, então sua feminilidade é ferozmente atacada. Esta realidade tem causado o adoecimento físico, emocional e psíquico das mulheres, pois elas são as principais vítimas da depressão, da anorexia e da agressão física e emocional dos homens. A preservação do papel da mulher enquanto objeto e do papel do homem enquanto sujeito da história, a intensa erotização e a banalização da sexualidade que presenciamos hoje não têm causado prejuízos somente às mulheres, mas também aos homens e ao relacionamento entre ambos.
O homem maduro tem se tornado alvo, involuntário ou não, das conquistas de jovens belas e sedutoras e acaba, via de regra, sendo vítima da fantasia ilusória de que elas sejam mulheres maduras para enfrentar os percalços da vida a dois. Por outro lado, sente-se desconfortável na convivência com uma mulher que detém qualidades que ele entende serem exclusivas do masculino: cultura, razão, estatuto social, espírito crítico etc.
De certa maneira, a dificuldade do homem em aprofundar o relacionamento e a forma fragmentada com que se relaciona com a mulher elegendo peitos, bundas e outras partes do corpo feminino em detrimento da aceitação do todo são formas que ele encontrou para reagir à mudança da postura feminina e resistir no lugar que sempre lhe coube, de soberania e comando. Com os avanços da tecnologia que promove a beleza e a durabilidade da juventude, interessa refletirmos sobre o vencimento do prazo de validade dos padrões de comportamento que vêm regendo as relações entre homens e mulheres.
Este seria o momento de se experimentar novos parâmetros de comportamentos para que ambos possam dividir espaços comuns, tanto na esfera privada como na pública, sem a rivalidade que sempre caracterizou estas divisões, a fim de que possam construir de fato uma nova realidade e uma nova forma de relacionamento que os aproxime".
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Dra. Margareth dos Reis é psicóloga clínica, terapeuta sexual e de casais
no Instituto H. Ellis-SP. Autora do livro Mulher: Produto com data
de validade (Editora O Nome da Rosa).
Um comentário:
Eva querida, pois que se danem os homens assim.Eu não quereria um homem que me quisesse como uma peça de carne no abatedouro...
bjks
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