VAIDADE: ESPELHO, ESPELHO MEU...
O
tema vaidade é, nos dias atuais, um campo aberto para uma infinitude de
abordagens de interesse para homens, mulheres, para pais de
adolescentes e até para idosos, pois já não diz respeito apenas aos
cuidados com a pele, cabelos e músculos. Não, ela faz parte das
preocupações de médicos por ter se tornado um problema que se estende à
área da saúde, quando assume o estatudo de doença e uma ameaça à vida
das pessoas dominadas pela obsessão de atingir um padrão de beleza que
cultua a magreza extrema, ou, ainda, quando o recurso às cirurgias,
lipos e implantes provocam acidentes ou morte.
O
artigo, que se segue, é bem esclarecedor, por ser escrito por uma
profissional da área da psicologia, a psicóloga clínica Grace Wanderley
de Barros Coelho.
"A vaidade é considerada como um dos sete pecados capitais. A
vaidade tem relação com a soberba e a luxúria. Tornar-se belo para o
outro. Tornar-se objeto de desejo. Embora isto possa ter algo de
verdade, acredito que em nível profundo há um desejo de chamar atenção
para si, como forma de ser amado.
A
necessidade maior é a de amor, ainda que por caminhos ilusórios e
superficiais. As pessoas muito vaidosas preocupam-se com a aparência e
investem energia na manutenção de uma imagem de beleza e jovialidade. O
cuidado com o corpo, o gosto pelo belo é legítimo, desde que dentro de
um limite que não ultrapasse os princípios da saúde.
Pode-se,
também, questionar o verdadeiro sentido do belo. A beleza tem uma
ligação direta com o ser, o interior, a alma. A jovialidade é mantida
por uma mente flexível, aberta, um jeito de ser leve e alegre. A
sociedade ocidental estimula o orgulho, a luxúria, a vaidade, um
comportamento individualista e egóico, em detrimento dos verdadeiros
valores humanos.
O
corpo é tratado apenas na sua função biológica. Luta-se contra o
envelhecer e não se reconhece a sabedoria do tempo. Pena que as pessoas,
inclusive os jovens, se deixem levar pela ilusão narcísica de uma
medicina aparentemente embelezadora, muitas vezes à custa da própria
vida.
Grace Wanderley de Barros Correia - Psicóloga Clínica.
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